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Crônicas & Artigos

em 26/11/14

Tem tudo para acabar mal

por Antonio Penteado Mendonça

O Brasil é um país fantástico. De repente vira moda e aí pode tudo, tanto faz se pode ou não pode.

Primeiro foram os pedestres. Do dia para a noite se transformaram nos grandes personagens, nos paradigmas da cidadania e se esqueceram de que ser cidadão é respeitar a regra do jogo e não jogar contra.

Atualmente, é possível ver pedestres estendendo o braço e atravessando em qualquer altura da rua, tanto faz se tem faixa ou não. Ele estendeu a mão, então pode. O risco de acidentes é enorme, mas isso não é problema dele, é do motorista que breca, não porque tenha que brecar, mas porque não quer atropelar alguém.

Mas se o pedestre passou a ser um problema, agora temos um problema maior ainda. Os ciclistas, que acham que são irmãos do Robin Hood e por isso podem tudo, como os cavaleiros do Rei Artur, que atacavam dragões e castelos encantados, montados em seus cavalos de batalha, protegidos por armaduras de ferro, escudos e lanças.

Se eles acabavam no chão, feridos e aprisionados, imagine o que acontece com um ciclista que tem como armadura uma roupa fininha, feita para evaporar o suor, depois de bater de frente com uma betoneira.

São as chances duma tragédia destas acontecer que crescem exponencialmente todos os dias.

Cada vez mais ciclistas com complexo de pedestre destrambelham pelas ruas e avenidas, sem se importar se cruzam à frente de um caminhão, ônibus ou um mísero Fusca 1969.

Eles escutaram em algum lugar que agora são a bola da vez e isso lhes dá o direito de cruzarem de um lado para outro em qualquer avenida, ou ocupar uma faixa das Marginais, como se a pista expressa fosse feita para eles. Não tem jeito, isso vai acabar mal.

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