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Crônicas & Artigos

em 15/10/14

Vândalos de cemitérios

por Antonio Penteado Mendonça

Assusta pensar que existe gente que vandaliza os cemitérios. Que arromba túmulos, profana cadáveres, rouba vasos, placas e enfeites, quebra estátuas e por aí vai.

Não é medo de alma do outro mundo, nem vingança da múmia. Não imagino que essas pessoas fazem o que fazem para provar que fantasma não existe.

Tem louco para tudo, por que não teria o louco que destrói cemitério? Que não gosta da ideia da preservação da memória do morto, que não gosta de pensar que os cadáveres têm direito ao descanso eterno, num ritual antigo e humano, que marcou o início da civilização.

Profanar sepulturas é tão antigo quanto as próprias sepulturas. Sempre aconteceu. Que o digam os faraós do antigo Egito, os reis gregos, os etruscos e os romanos.

Que o digam quase todos os povos vencidos. Que o digam os ladrões de cadáveres que há milênios saqueiam os túmulos; as múmias espalhadas pelos museus do mundo; os vasos funerários; os monumentos violados.

É assim porque é assim. Só que compete aos vivos zelarem pelos seus mortos. E é isso que atualmente em São Paulo não está sendo feito como deveria ser feito.

Não há cemitério que não seja invadido durante a noite. Não há cemitério que já não tenha sido pichado. Não há campo santo que não tenha tido um ou mais túmulos violados, vasos e enfeites roubados, obras de arte destruídas.

As razões vão de atos de barbárie pura e simples a furtos para trocar a peça por droga ou apenas ganhar uma graninha vendendo o metal derretido. Tanto faz, assusta a falta de respeito. Afinal, o vândalo de hoje será o morto de amanhã. Será que eles já pensaram nisso?

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