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Crônicas & Artigos

em 21/02/17

Urubuponto

Se os helicópteros têm helipontos por que os urubus não podem ter urubupontos? Não, não quero dizer heliportos, são helipontos, mesmo. Pontos onde as máquinas podem descer, carregar e descarregar.

Os heliportos são muito maiores. Por isso os urubuportos, os locais onde os urubus pousam para passar a noite, se encontrarem, discutirem o bom e não tão bom vivido no dia parecem helipontos.

Os urubupontos são fantásticos. Quem trafega pelas Marginais ou pela Ponte da Cidade Universitária já deve tê-los visto, encarapitados no alto dos postes, usando as luminárias como ponto de pouso.

Durante muito tempo fiquei impressionado com a capacidade de pouso das aves. Afinal, não é para qualquer um descer direitinho em cima de uma luminária pendurada no alto de um poste, em cima de uma ponte.

Aí a ficha caiu. Por que os urubus não pousariam nas luminárias se são capazes de pousar nos galhos das árvores, especialmente se tiver alguma carniça debaixo dela?

A antiga música já cantava: Urubu é bicho feio, tem cabelo até no joelho. Mas no céu, voando, não há nada mais belo, mais harmonioso, mais leve do que a enorme ave, que aguenta tiro de carabina 22 no peito como se fosse uma estilingada com mamona.

Urubu deveria ser símbolo de planador. Ficam horas lá em cima, rodando devagar, aproveitando as correntes de ar, para localizarem a comida, de preferência uma suculenta carcaça de animal grande, cavalo ou vaca, e descer para limpar a carne até os ossos, num banquete dividido com os irmãos e outros parentes.

É por isso que as primeiras vezes eu estranhei vê-los nas luminárias, com jeito de quem não quer nada com a vida porque tudo corre bem e a mesa está farta, cheia de lixo jogado fora pelos seres humanos.

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