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Crônicas & Artigos

em 17/03/14

Quem mais fatura com o crime

por Antonio Penteado Mendonça

Quem você imagina que fatura mais com o roubo de carros? Se você pensou nos ladrões, desculpe, enganou-se. É verdade, muita gente aproveita o negócio. De traficante de droga a policial corrupto, a cadeia é longa, mas quem mais fatura com o crime, pasme! É o governo em todos os níveis.

Quando um carro é roubado começa uma longa corrente, cujos elos acabam refletindo no caixa da administração pública. Em algum momento, alguém vai pagar impostos.

No nível federal, a compra do novo carro pela seguradora gera pelo menos IPI. E tem também imposto de renda do fabricante e da concessionária.

No nível estadual, corre o ICMS, que encarece ainda mais os bens comercializados no país.

E pra prefeitura sobra o ISS, que é cobrado sobre serviços prestados. Quer dizer, se o carro roubado é recuperado batido, tem que consertar. Nessa hora, 5% do preço do conserto vai para o caixa da prefeitura.

Só que a Prefeitura de São Paulo quer muito mais. E por que não, se o negócio, além de parar a cidade e gerar prejuízos de bilhões de reais em combustível desperdiçado, é também faturar?

Já que não deu para aumentar o IPTU para patamares escorchantes, vamos beber nas multas aplicadas aos veículos roubados.

Tanto faz se os carros são roubados porque o trânsito não anda, as ruas são escuras ou a polícia não funciona. O carro roubado foi multado porque os ladrões passaram pelo radar em excesso de velocidade?

Obrigado, senhor ladrão. O dono do carro paga a multa. E não tem prova, nem recurso que resolva. O DSV mantém a multa mesmo você provando que o carro estava com os ladrões. Democracia é isso.

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