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Crônicas & Artigos

em 21/04/16

Outra paisagem no mesmo horizonte

Num almoço de sábado, meu primo Rodrigo me mostrou fotos da vista do morro da Cabaninha nos dias de hoje. Se há uma vantagem indiscutível nos telefones celulares é que eles fazem fotos muito melhores e mais fácil que antigamente.

O morro da Cabaninha fica atrás da sede da antiga fazenda da família, em Louveira. É o local com o por do sol mais bonito da região. Por isso, desde que meu bisavô comprou a fazenda, a família sempre foi até o morro para ver entardecer.

E, em certo momento, meu tio, Alfredo, construiu lá uma cabana de madeira e telhado de sapê, no estilo das cabanas norte-americanas.

Na infância, brincávamos de mocinho e bandido, galopando em volta da cabana. Depois, à medida que crescemos, íamos a cavalo ao alto do morro, nos finais de tarde, para ver o por do sol.

Os passeios mais bonitos eram os em que, depois de esperarmos escurecer, voltávamos pela estrada iluminada pela lua, nas férias de julho, com o vento frio cortando a pele e o vapor saindo das bocas.

Naquela época o horizonte era largo e, ao longe, se via Jundiaí e, depois, o Pico do Jaraguá. Para o outro lado, surgia o clarão de Campinas e as luzes de Vinhedo, Itupeva e Valinhos. Mais perto, ficava Louveira, então uma pequena cidade.

As fotos do Rodrigo continuam mostrando o horizonte largo e as distâncias que a vista alcança. O que mudou é que agora as cidades estão cada vez mais próximas. Maiores e mais densas, formam uma teia que se espalha por onde antes era pasto, eucaliptal ou alguma lavoura.

Ficou feio? Não, ficou diferente. A vista e o por do sol continuam deslumbrantes. O que mudou é que a antiga paz da imensidão foi quebrada pela presença maciça dos seres humanos.

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