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Crônicas & Artigos

em 17/04/15

Outono

por Antonio Penteado Mendonça

Alguns dias de outono são mágicos, até em São Paulo, com a poluição alucinante que muda a cor das cores. A tonalidade, a luz, a volúpia da natureza extrapolam os limites do real, criando um quadro de Turner, como que para mostrar que a luz nas telas do gênio inglês existe e faz parte do dia, bastando, a quem tiver competência, estender o braço e colocá-la como cenário da paisagem.

O céu fica mais azul e mais profundo, mais manso e mais doce, sem a violência das mudanças dos dias de verão ou o cinza melancólico dos dias de inverno.

No outono é como se a vida entrasse no ritmo da calma cósmica que amansa a vontade das pessoas, faz mais tranquilo o rolar do dia e mais serena a chegada da noite.

Pena que não é todo dia que temos tempo para entrar de cabeça na beleza da natureza nos dias de outono.

Ao contrário, vivemos dias meteóricos, nos quais as exigências da vida na cidade encurtam a possibilidade de uso do tempo, como se cada minuto fosse caro demais e não pudesse ficar fora da planilha de horas/consultoria feita para apresentar a conta, sabe Deus quando e pra quem.

As paineiras entendem a magia da estação. Por isso se enfeitam com suas flores para enfeitar a cidade e marcar a marcha do outono, fazendo de maio o mês mais belo do ano.

Todo dia é bonito. Todo dia tem seu mistério e sua explicação. Mas os dias do outono são mais transparentes, mais leves e mais amenos. Neles as respostas são mais claras e mais lógicas e as vontades menos prementes. Os dias de outono realçam a esperança e a surpresa do milagre da vida. Por isso, neles o azul é sempre mais azul.

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