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Crônicas & Artigos

em 20/09/16

Os ninhos dos Sabiás

Seria interessante os formuladores das políticas habitacionais brasileiras se aproximarem deles. Enquanto nossas casas populares são feitas, em média, com material de qualidade duvidosa, os ninhos dos sabiás são sólidos, bem presos nos galhos, construídos com gravetos e palhas consistentes e fortes, finamente entrelaçados.

São confortáveis, amplos, com espaço para os pais e os filhotes, normalmente colocados em locais altos, longe dos predadores que rondam pelos jardins.

Até o ano passado, a árvore preferida era uma pitangueira, plantada próxima do muro. Este ano os sabiás se mudaram para uma jabuticabeira, curiosamente, a que deu carga maior, como que para comemorar com a fartura dos frutos a preferência das aves.

É bonito ver as aves se revezando no ninho. Uma chega, pousa num galho próximo, espera a outra sair e toma seu lugar, agora para proteger os filhotões nascidos há pouco.

O ninho dos sabiás é a prova viva de que quem canta cedo se dá bem na vida. Que acordar às quatro da manhã e colocar o bico no mundo pode ser bem recompensado. Que as fêmeas não são imunes ao charme do canto, mas que escolhem com querem acasalar.

Não fosse assim, não haveria mais sabiás piando de madrugada. Estariam todos felizes nos seus ninhos, chocando os ovos, ou cuidando dos filhotes recém-nascidos.

É verdade que a vida não é justa, nem iguala todo mundo. Alguns sabiás têm mais sorte do que outros. Os que moram no meu jardim, além de poderem escolher a árvore em que constroem o ninho, ainda por cima têm comida e banho de graça, nas tigelas de ração e água da Clotilde. O risco é nossa boxerzinha pegá-los no voo, mas isto faz parte da vida.

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