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Crônicas & Artigos

em 04/07/14

Os ipês do cemitério São Paulo

por Antonio Penteado Mendonça

A cidade está em festa. Os ipês chegaram com força total. Quando menos se espera, uma mancha rosa enche o horizonte, faz o cinza perder a força, traz a festa pra São Paulo.

É bom ver os ipês floridos. Faz bem pra alma, acalma a angústia do trânsito, ou melhor, o medo do trânsito, de um maluco achar que você fez alguma coisa contra ele e sair atrás para tirar satisfações.

O pior é que é cena normal. Quantas vezes vemos alguém ao lado discutindo com outro que não tem nada com isso? Quantas vezes o alvo do ódio somos nós?
Deus sabe que as amebas estão certas e que a única forma de sobreviver às ruas paulistanas, ainda mais depois das ações da administração “Abaré-bebê – o retorno manco”, é se fingir de morto, assumir que é covarde, que o outro está certo, tanto faz o tamanho da barbaridade que ele comete.

Os ipês quebram a violência latente. Espantam o medo, dão esperança e alegram o dia. Por isso, bem aventurados os mortos do Cemitério São Paulo. Seu grande quarteirão está coalhado de ipês que nesta época ficam cobertos de flores, deixando alegre um lugar que, pela própria natureza, costuma ser triste.

A morte é passagem ou fim? Cada um sabe de si e acredita no que lhe deixa em paz. Os ipês, com todo o respeito que a vida e a morte merecem, não levam isso em conta e enchem o céu em cima do cemitério com seu rosa forte, numa homenagem singela e natural para milhares de pessoas que cruzaram a fronteira deste mundo e cujos corpos estão enterrados lá.

Bem aventurados os mortos do Cemitério São Paulo! Para eles essa época é de festa, com flores rosa no lugar do estouro dos rojões.

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