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Crônicas & Artigos

em 11/01/16

Os bueiros entupidos

No ano passado escrevi: Por que este ano haveria de ser diferente? Se a administração Morubixaba-bebê pretende deixar sua pegada no asfalto da cidade, por que não usar a força das águas para cavar buracos, sujar as ruas, arrancar pedaços de calçamento para criar o ambiente perfeito para o nascimento de enormes crateras?

É somar o útil ao agradável. Útil porque as crateras e os buracos em geral são enormes fontes de geração de mão de obra. Graças a eles, é necessário ter equipes de manutenção, usinas de asfalto, carros especiais para transportar o produto, mangueiras, pás, picaretas, enxadas, botas, calças, casacos, capacetes, enfim, toda uma parafernália de roupas e equipamentos sem os quais não dá pra fazer a manutenção das ruas.

Agradável porque, com as ruas entupidas, é possível ver rios se formarem no meio delas, criando paisagens de sonho, que deixam a cidade com ar de Veneza.

Uma Veneza pobre, com canais assoreados, mas, de qualquer forma, uma Veneza, capaz de competir com Bruges ou Berlim. Especialmente quando a água cai do céu em leitos planos, nos quais escorre devagar, sem pressa, como um enorme canal aberto para a navegação das barcaças de carga.

Para isso, há pouca ajuda melhor do que deixar os bueiros entupidos. Sem ter para onde correr, as águas da chuva ficam quase paradas, sem pressa, criando cenário de filme de aventura, só que com consequências dramáticas no mundo real.

Como alguém pode afirmar que na origem de alguns alagamentos estão bueiros entupidos? É fácil. Mesmo depois da água parar de cair, ela insiste em continuar nas ruas, sem entrar pelas tubulações por onde deveria escoar. Quer dizer, os canos estão entupidos. Este ano será igual.

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