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Crônicas & Artigos

em 14/03/16

O fundo do poço

Tem quem ache que o fundo do poço é mais embaixo. Para mim, o ponto em que chegamos já está de bom tamanho. Se dá para descer mais, fica por conta da margem de tolerância, porque o feio está horrível.

Não, não é lava-jato, nem outros escândalos que chacoalham o país e enchem os brasileiros de vergonha. Também não são as mentiras deslavadas, nem as pancadarias, nem a falta de educação ou a falta de ética que comem soltas.

É mais dramático porque pega mais embaixo. Eu fico horrorizado só em pensar que alguém possa roubar da saúde pública e da educação, num país onde, tanto uma como outra, são mercadorias da pior qualidade.

Mas é o que se vê. E não vamos imaginar que a roubalheira da merenda escolar em São Paulo é a única no Brasil. Com certeza não é. Tem de tudo, por toda parte.
Mas o que tem me deixado de cabelo em pé é a falência completa da saúde pública.

As epidemias de dengue, chicungunya e zika são um pedaço importante do quadro, mas não são o quadro. O quadro é muito pior.

Pra quem não se lembra, faz anos que o Instituto do Câncer está desmontado. Faz muito tempo que os hospitais públicos do Brasil inteiro passam apertados. E a saúde do Estado do Rio de Janeiro ainda está na UTI porque a Prefeitura da cidade, tentando salvar alguma coisa, emprestou dinheiro e assumiu parte do atendimento.

Mas realmente apavorante é ver que a rede pública não tem sequer as vacinas e medicamentos básicos para manter a qualidade do atendimento à saúde, inclusive das crianças. Falta tudo, enquanto, na contramão, doenças como sífilis, aids e gonorreia explodem, mostrando que até onde já fomos bons, perdemos a mão.

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