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Crônicas & Artigos

em 26/09/14

Cinema no cemitério

por Antonio Penteado Mendonça

Ah, pudesse o cronista apenas observar as asfodeláceas hermafroditas tomarem de assalto as madrugadas da cidade.

Ou pudesse simplesmente seguir os remígios das rolas erguendo paus embandeirados, apontado nortes onde se escondem as minas.

Mas não. Mais uma vez a administração Abaré-Bebê 2 – o Retorno Manco entra em cena e acaba com a festa.

E o faz de forma desastrada, mais desastrada que as faixas das ciclovias que de repente acabam no meio da rua, sem aviso ou explicação.

Pasme! A Secretaria da Cultura do Município decidiu levar sessões de cinema ao ar livre dentro do Cemitério da Consolação.

Isso mesmo, a Secretaria da Cultura do Município de São Paulo organizou sessões de cinema dentro do Cemitério da Consolação.

Pelo que dizem as fontes, a tela foi armada em cima da capela onde durante o dia os mortos são velados, antes de descerem para a última morada. E os filmes escolhidos foram “As 7 Vampiras” e “Ninfas Diabólicas”, como se vê, bem apropriados.
É fantástico, mas a Secretaria da Cultura da administração Abaré-Bebê 2 – o Retorno Manco não conhece um dos marcos da civilização.

Será que ninguém lá tem cultura e sabe o significado dos cemitérios? Será que não aprenderam que a preservação da memória dos mortos é traço indissolúvel do processo da evolução humana?

Dando de graça, será que alguém que soubesse do projeto nunca assistiu ao menos um filme de caubói, no qual o cemitério dos índios é violado por brancos malvados que, pela profanação do solo sagrado, são perseguidos, mortos e escalpelados?

Que pena de nós, que não temos mais passado, cujos governantes não respeitam os mortos e por isso temos um futuro complicado!

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