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Crônicas & Artigos

em 20/08/18

As azaleias devolvem o fogo

Depois da entrada em cena dos ipês, com os ipês roxos abrindo caminho a flor e vento, os ipês amarelos começam a mostrar a cara, enfeitando a cidade com o ouro de suas flores conquistando o mundo.

São ipês moços, que não sabem que a florada tem que estourar num único momento e por isso saem na frente, muitas vezes precipitando o ataque e comprometendo o movimento.

Cada um sabe de si e as lições da vida quem ensina é a própria vida. Tem dois jeitos de se aprender: por bem e por mal. Conheço pouca gente que aprendeu por bem. A maioria foi levando porrada, sentindo o golpe, arrumando forças para se levantar de novo, tocar o barco e chegar no porto da melhor maneira possível.

Pode mais quem chora menos. Ou quase. Tem gente que chora sem parar, na vitória e na derrota. Por isso ninguém sabe quando a figura se deu bem ou se deu mal.

Com as azaleias não é assim. São transparentes e estão visivelmente incomodadas com a chegada dos ipês para estragar sua festa.

Elas são egoístas e não aceitam que alguém possa florir ao mesmo tempo. Para elas, agora, agosto, é a vez delas. Os ipês deveriam ser bem-educados e esperar, se não for por nada, por boa educação.

Mas não é assim que as coisas giram. Nos dias de hoje, educação é matéria escassa. Cada um quer o seu, pega o seu e o mundo que se dane.

Tudo bem, as azaleias assimilaram o golpe e saíram para o revide. Estão esplendorosas, enfeitando a cidade com suas flores densas fazendo contraponto com os muros perto dos quais normalmente são plantadas.

Quem ganha somos nós, moradores da cidade. Em cima, os ipês fazem sua festa e, embaixo, as azaleias fazem a delas. As flores alegram a vida e o cinza da cidade se esconde, esperando a volta do seu tempo.

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