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Crônicas & Artigos

em 26/08/16

As azaleias

Tanto faz se os ipês estão floridos, a cidade está mais bonita, as patas de vaca também dão as caras. Agora quero falar das azaleias.

As azaleias remetem a uma cidade mais amiga, quando as pessoas andavam nas ruas sem medo e os prefeitos andavam de carro.

Uma cidade mais humana, não porque São Paulo algum dia tenha sido humana, mas porque a vida pegava mais leve e as autoridades entendiam mais do que faziam.

Eram profissionais competentes, nada de parecido com o que se vê hoje, quando a demagogia barata encobre a ação atrapalhada, para não dizer opaca, que invariavelmente piora o que já está ruim.

Ninguém em sã consciência imagina que São Paulo tenha jeito. Não tem, nunca teve, nem terá. Mas há medidas que aliviam e outras que pioram. O que nós temos visto nos últimos anos é uma sequência impressionante de ações completamente destrambelhadas, que não podiam ter final feliz.

É por isso que as floradas são tão importantes. Parados no trânsito, vendo o marronzinho conversar no telefone, sabendo que o radar vai multar, resta olhar em volta e ver as floradas esconderem o cinza e a sujeira, mostrarem que há alternativas para o que está sendo feito e que a beleza ainda tem espaço neste mundo.

No contexto, as azaleias dão show. Muito provavelmente é ciúme da florada dos ipês que nesta época vão do roxo ao branco, passando pelo amarelo e pelo rosa, como se a festa fosse só deles.

As azaleias são arbustos. Isso lhes dá algumas vantagens, que elas exploram com competência. A mais importante é que, sendo baixas, fica mais fácil ver suas flores, até porque boa parte fica na altura das calçadas. Seja como for, se o mundo humano é duro e muitas vezes cruel, a natureza entra de sola para diminuir o triste e o feio com a cor das floradas.

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