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Crônicas & Artigos

em 19/12/14

Alguns carros

por Antonio Penteado Mendonça

Eu sei que cada um é cada um. Cada um faz o que quer e gasta seu dinheiro da forma que lhe dá mais prazer. Não é da minha conta, nem da de ninguém. A grana não é minha, nem sua. Então o dono tem todo o direito de comprar o que quiser, até um automóvel que vale o preço de um apartamento de luxo, em bairro sofisticado.

Nunca fui fanático por corrida de automóveis, mas gosto de carros, o que não significa que eu teria qualquer modelo, ainda que tivesse dinheiro.

Tem carros maravilhosos, mas que não dá pra ter. Pelo menos no Brasil, em São Paulo, capital do estado mais rico da nação.

Em primeiro lugar, as valetas, crateras, imperfeições do piso, costelas de vaca e outros obstáculos deliberadamente criados pelo homem, ou não, impedem que estes carros circulem pela cidade, rendendo o que se espera deles.

São baixos demais, compridos demais, delicados demais para se arriscarem numa das valetas das ruas dos jardins, que seria o local para serem exibidos, passeando pela Oscar Freire e seus arredores.

Além disso, são o prato principal de motoristas de ônibus e caminhões, que não sentem o menor constrangimento em jogar seu mastodonte em clima da joia rara circulando ao seu lado.

Finalmente, nossas ruas não foram pensadas, nem têm manutenção para qualquer coisa além de uma carroça puxada por burros ou um carro de boi.

Quer dizer, você não consegue acelerar o possante dos sonhos porque fazer isso é destruir uma máquina de alta precisão. Os solavancos, as batidas secas, os trancos na suspensão comprometem a estabilidade, a segurança e o conforto. E o que dizer de um sequestro?

Mas cada um é cada um, quem quiser e puder, que os compre.

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