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Crônicas & Artigos

em 11/03/16

A vida passa e o próximo fica distante

É assim porque é assim. A vida passa e o que era próximo ontem fica distante amanhã. Hoje é o meio do caminho. Pode ser que sim, pode ser que não, mas nem tudo depende da gente, nem do outro. É porque é. Ninguém poderia fazer diferente.

O tempo é o rio atravessando o universo num ritmo que nem sempre é o nosso. Não são apenas os relógios que atrasam. A vida atrasa e o atraso da vida atrasa nossa vida, numa dança onde cada volta se contrapõe ao relógio, mas não muda nada, no máximo, marca posição.

Quanta gente foi incrivelmente próxima e hoje, se as encontrarmos, não sabemos quem são? Os anos passaram, as marcas do tempo mudaram os ritos da alegria e as rugas camuflam os olhos que riam gostoso, mas agora são baços e tristes, como um lago de águas paradas.

Quantas noites foram encontros e descobertas? Quantas vezes o agora se estendeu pra dentro do amanhã? Quantas promessas nos ligaram indissoluvelmente para toda a eternidade?

Faz tempo. Faz tempo que o tempo passou. O que foi intenso é uma vaga recordação, ou menos que isso, uma sombra refletida na tela do cinema que não existe mais, no balneário onde as férias se encontravam em turmas que levavam passear de charrete as ilusões do futuro.

Ser herói era fácil. A vida pegava leve e chegar e partir eram um único movimento que se repetia na toada das ondas quebrando na praia. Um chegava, ficava e partia, enquanto outro ficava, partia e chegava, na paulada dos sonhos desfeitos pela realidade de que ela não me ama, entre muitas lágrimas, chope e pizza.

Onde estão tantos rostos, tantas mãos, tantos corpos? Onde estão as promessas? Os sonhos? Onde estão as lembranças eternas? As feições que eu já não me lembro, os olhos… para sempre, até nunca mais?

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