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Crônicas & Artigos

em 14/04/15

A florada michuruca

por Antonio Penteado Mendonça

Quem reparar com atenção verá que as paineiras estão floridas. Ainda é cedo para fechar a questão, mas a florada deste ano está bem menos impressionante do que as floradas tradicionais, vistas durante décadas, enfeitando a cidade nesta época do ano.

Como o clima anda doidão, ainda é cedo para saber o impacto da seca e, depois, do excesso de chuvas sobre as árvores. Que afetou ninguém tem dúvida, o que ainda não se sabe é como e em que grau.

As paineiras são árvores lindas e parte importante da história do Brasil, principalmente de São Paulo. Elas estão, ou melhor, estiveram por toda parte, alegrando as fazendas e as cidades nascidas em volta delas.

Além disso, em parceria com o capim gordura, conseguiam criar beleza em seu estado mais puro, numa sinfonia em homenagem ao outono, somando o roxo do capinzal tomando os campos com o roxo e o rosa de suas flores se contrapondo em outro tom.

Faz tempo que não tem mais capim gordura. O avanço da agricultura não perdoa e os antigos pastos deram lugar ao braquiária devastador e aos desertos dos canaviais.

Em alguns lugares as paineiras foram poupadas e continuam sua luta para criar beleza, agora florindo sem o apoio do antigo parceiro.

Qual a razão para a florada das paineiras em 2015 ser menos impressionante, para não dizer chinfrim?

Cabe aos botânicos explicar o fenômeno. O cidadão comum apenas constata o fato e fica triste, sem entender por que as paineiras não estão alegrando sua volta pra casa.

Há quem diga que na origem há o descontentamento com os rumos da política. Por isso guardam suas flores. As paineiras não querem ser chamadas de cúmplices, numa hora em que tudo vai dando errado.

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