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Crônicas & Artigos

em 18/09/14

A democratização do Itaim

por Antonio Penteado Mendonça

O negócio era democratizar o Itaim Bibi. Como não era possível derrubar os prédios para construir imóveis para o programa Minha Casa Minha Vida, a solução foi encontrar outra solução.

E ela veio com o trânsito. Até a década de 1970 o bairro era um espaço com casas da pequena classe média, misturadas com algum comércio e fábricas. As ruas eram as mesmas que estão lá até hoje e foi por aí que começaram a democratizar o Itaim Bibi.

Se não tem como favelizá-lo, então vamos pará-lo! Da ideia à solução foi um pulo. Rapidamente entupiram o pedaço com automóveis e ônibus. Já faz anos que a situação vem se deteriorando.

É verdade que a mania do brasileiro estacionar onde quer ajudou bastante. As ruas estreitas ficam mais estreitas com os carros estacionados dos dois lados.

Mas ainda faltava um pouco mais de criatividade para parar de vez e aí sim, comemorar. Comemorar a democratização do Itaim Bibi com a consequente e profunda queda de qualidade no padrão de vida de seus moradores.

Se antes havia diferenças gritantes entre os bairros da Zona Leste e do extremo sul e o Itaim Bibi agora, não há mais.

Os bairros periféricos têm favelas, o Itaim não anda. E a equação se aperfeiçoou mais ainda com a reforma da Avenida 9 de Julho. Se antes ela auxiliava o Itaim Bibi a não parar, agora é o contrário. A Nove de Julho parada represa o muito pouco que faltava ser represado. O Itaim está hermeticamente fechado, sem a menor possibilidade de um único carro ou ônibus escapar do pedaço, tentando fugir por ela.

Não foge mesmo! Democracia é isso. São Paulo ladeira abaixo e o Abaré-bebê 2 – o retorno manco voando por cima.

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