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Crônicas & Artigos

em 02/04/15

Profissionalização

Originalmente publicado no jornal Sindseg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Ao longo das últimas duas décadas o setor de seguros experimentou um desenvolvimento acelerado, bem acima da média nacional. A estabilidade da moeda e a demanda reprimida por produtos de proteção, somadas ao aumento vertiginoso de todas as formas de violência e a mudança do comportamento dos eventos de origem climática, foram as molas mestras deste processo, que teve também, do lado dos riscos pessoais, uma explosão de demanda, puxada pelos planos de saúde privados e pela previdência complementar aberta.

De uma participação insignificante no PIB, atualmente o setor responde por orgulhosos 6%, o que não é pouco, levando-se em conta o tempo decorrido. Este processo, e a mudança de patamar do Brasil, fez com que as empresas acompanhassem o crescimento nacional, transformando-se, boa parte delas, em companhias com significativo valor de mercado, bem capitalizadas e com reservas importantes, o que coloca a atividade seguradora entre as principais fontes geradoras de reservas de longo prazo do país.

Este processo, como não poderia deixar de ser, levou a um novo patamar de exigência profissional. Nestes 20 anos, o securitário médio mudou completamente de feição. Houve importante avanço na qualificação profissional do pessoal da área, notadamente uma evolução no número de pessoas com curso superior completo.

Como no começo da aceleração do processo não havia uma quantidade expressiva de securitários com formação mais sofisticada, o setor apelou para a contratação de profissionais de outras áreas, especialmente do sistema financeiro, o que levou a algumas distorções que ainda cobram seu preço, em função das diferenças básicas entre os dois campos de atuação.

Além disso, a chegada de companhias de seguros e resseguros estrangeiras também teve forte impacto no desenho do setor e na demanda por profissionais para atuarem nas diferentes áreas de cada uma delas.

Entre secos e molhados, pode-se afirmar que o resultado tem sido positivo, ainda que algumas empresas pagando um preço alto pela inexperiência de seus quadros profissionais.

Hoje ainda faltam profissionais que conheçam a fundo o negócio do resseguro, bem como bons subscritores para riscos mais sofisticados. Também falta apetite das seguradoras por novos tipos de proteção, o que faz com que o Brasil tenha pouca cobertura securitária, por exemplo, para os riscos do agronegócio e ou eventos de origem climática.

Mas isso não quer dizer que a área de formação de mão de obra qualificada não tenha dado um salto importante. Durante décadas o melhor programa de treinamento para os interessados em atuar na área de seguros era o curso de formação de corretor de seguros. Além dele, as alternativas eram poucas e fracas.

Quem sabe o primeiro programa de treinamento focado nas necessidades do novo desenho do setor tenha sido oferecido pelo PEC da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Logo depois veio o MBA de seguros da FIA/FEA –USP, um curso até hoje com características importantes para complementar a formação de profissionais que atuam no mercado.

Na sequência, outras universidades e faculdades introduziram cursos ou cadeiras para formação de mão de obra para seguros e este processo, atualmente consolidado, tem oferecido respostas competentes para os players instalados no Brasil.

Mas não há como não deixar um espaço especial para a FUNENSEG – Escola Nacional de Seguros, que, nos últimos 20 anos, passou por um processo sério de profissionalização de seus próprios quadros, com resultados altamente satisfatórios para todo os envolvidos com o setor de seguros brasileiro.

Em complemento ao bom e velho curso de formação de corretores de seguros, atualmente a FUNENSEG oferece cursos de todos os níveis de sofisticação, com as mais diversas finalidades, melhorando em muito o nível do profissional que atua em seguros.

E, o mais importante, estes cursos são ministrados nos mais variados rincões do país, democratizando o conhecimento necessário para o sucesso profissional e, consequentemente, melhorando o resultado das empresas que contratam estas pessoas.

Como tudo leva a crer que o processo ainda está longe da saturação, é bom verificar que o setor, em função da disseminação dos cursos profissionalizantes em todos os níveis, está mais bem preparado para os grandes desafios que terá nos próximos anos.

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