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Crônicas & Artigos

em 05/05/17

Para depois da crise

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Entre secos e molhados, parece que o Brasil vai deixando a crise para trás. Ainda tem muito chão para o fim da estrada, ainda vai correr muita água debaixo da ponte, mas a esperança – a verdadeira mola da economia – parece que vai retornando, impulsionando o comércio varejista, que compra do atacadista, que compra da fábrica, que volta a funcionar e contratar, reiniciando o ciclo virtuoso que pode nos levar longe, no rumo de uma sociedade mais digna e mais justa para todos os brasileiros.

Apesar da baixíssima popularidade, a verdade é que o Presidente Michel Temer está entregando o que prometeu. No campo econômico, a mudança de ares é clara e indiscutível, com a inflação abaixo do centro da meta e a atividade empresarial dando sinais de que, mais um pouco, pega no tranco, para o bem da pátria e felicidade geral da nação.

O nó mais complicado é a crise política e as reformas que precisam ser aprovadas no Congresso Nacional. Estamos falando de dois tabus nacionais: a reforma da previdência social e a reforma trabalhista. Mas ou elas passam e permitem ao Brasil sonhar com um lindo futuro, ou a vaca vai para o brejo, como dois mais dois são quatro, enquanto a maior parte dos sindicalistas continua ganhando uma fortuna sem fazer nada para isso.

O que está claro é que o brasileiro enjoou do que está aí, em todos os níveis, em todos os Poderes, em todas as sinecuras, mordomias, cartórios e privilégios que fazem menos de 1/5 da população viver no bem bom e se aposentar melhor ainda, enquanto o resto do país trabalha de sol a sol para pagar a festa dos bem-aventurados amigos do poder e os marajás do serviço público.

A se manter o ritmo, até o fim do ano teremos outro cenário, economicamente melhor e moralmente muito melhor. O resultado da Lava Jato e das demais investigações será um país mais ético, mais justo e mais afinado com as boas práticas políticas e empresariais.

Por isso tudo, é hora de seguradores e corretores de seguros arregaçarem as mangas, entenderem o que está acontecendo e se posicionarem para a grande corrida que está se iniciando e que pode, em poucos anos, mudar radicalmente a cara do Brasil.
Ninguém tem a ilusão de que, no futuro, a venda de carros voltará a ser o motor da economia, mas a indústria automobilística continuará, por muitos anos, a ter um peso importante nas relações empresariais e no desenvolvimento social.

E, ao contrário de boa parte do mundo desenvolvido, o desenvolvimento do setor de seguros no Brasil está antes da metade do caminho. Temos potencial para crescer significativamente, de forma rápida, desenvolvendo ramos de seguros que até agora mal e mal engatinham no país.

É hora dos seguradores desenvolverem e comercializarem apólices modernas, afinadas com os riscos que realmente fazem diferença para a sociedade. Por que tantos países têm coberturas que no Brasil são apenas sonho?

O seguro residencial brasileiro pode ser aprimorado para incluir garantias que hoje assustam as seguradoras e que, apesar de muitas vezes serem até oferecidas, são completamente desconhecidas da população.

A mesma verdade vale para os seguros para a média e pequena empresa. Eles podem ser incrementados, simplificados, expandidos, particularizados e desenhados de forma mais amigável para o segurado.

Também temos carência de seguros para o agronegócio, responsabilidade civil, garantias e riscos financeiros, mudanças climáticas e danos ambientais. Além de toda uma avenida que inclui os seguros de vida, acidentes pessoais, planos de previdência complementar e planos de saúde privados. Além deles, novos produtos de capitalização podem ser agregados aos planos tradicionais, expandindo a importância social deste segmento.

O setor de seguros está na boca de sofrer uma grande transformação. Não é possível fazer frente ao novo cenário mundial sem mexer no conceito do produto. Como estamos muito para trás dos países desenvolvidos, temos a oportunidade de saltar etapas e já agora oferecer seguros modernos. Quem sair na frente vai se dar bem.

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