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Crônicas & Artigos

em 08/04/22

Os sinistros aumentam

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

O negócio de uma seguradora é proteger a sociedade, emitindo as apólices necessárias para isso. O pagamento da indenização pode ou não acontecer, é um evento aleatório que na imensa maioria dos contratos não ocorre, o que permite que as seguradoras possam aceitar seguros por um preço muito mais barato do que a reposição do bem danificado custaria.

O prêmio do seguro, ou o seu preço, corresponde a uma parte ínfima do valor total do bem segurado. Isso só é possível através do mutualismo, ou do fundo administrado pela seguradora e composto proporcionalmente ao risco de cada um, por todos os seus segurados. Com as contribuições individuais gerando os recursos necessários, calculados com base em regras atuariais, estatísticas e na lei dos grandes números, as seguradoras determinam com bastante exatidão o preço básico de cada um de seus seguros e depois aplicam a ele as variáveis que interferem e determinam o preço da apólice de cada segurado.

O preço do seguro varia de acordo com fatores que impactam para o bem ou para o mal as várias carteiras das seguradoras. Por exemplo, as mudanças climáticas impactam uma série de ramos diferentes, como os seguros de veículos, os seguros residenciais, os seguros empresariais, lucros cessantes etc.

Neste caso específico, os eventos tendem a crescer de frequência e intensidade, o que quer dizer que nos próximos anos os seguros para estes riscos devem ficar mais caros porque acontecerão mais eventos e os prejuízos serão maiores.

Mas não são apenas exemplos como as mudanças climáticas que afetam a rotina das seguradoras. Uma pandemia como o coronavírus pode ter efeitos pesados nos resultados das seguradoras, especialmente se elas decidirem pelo pagamento das indenizações decorrentes das mortes causadas pela pandemia, apesar de, em princípio, serem riscos excluídos das apólices.

As seguradoras brasileiras optaram pelo pagamento das indenizações para milhares de mortes de segurados atingidos pela Covid19. Isso agravou seus balanços, mas elas não se furtaram de sua obrigação e assumiram como ponto de honra cumprir sua missão institucional, qual seja, proteger a sociedade através da emissão de suas apólices. Custou caro, mas todos os colaboradores de todas a seguradoras que operam em seguro de vida podem se orgulhar do que fizeram.

Mas há fatos que independem de uma pandemia e são rotineiros na vida das sociedades. Neste momento, São Paulo está vivendo o aumento de todos os tipos de crimes contra o patrimônio. Há o aumento dos roubos e furtos de veículos, de celulares, de residências, de empresas, de cargas, etc. Esta variação a maior compromete o resultado das seguradoras e as obriga a reajustar seus preços para fazer frente ao aumento das indenizações. Quer dizer, sem que rapidamente aconteça uma forte ação de combate ao crime promovida pelo Estado, na medida do possível apoiada pelas seguradoras, estes seguros em breve estarão mais caros, até porque não há outra solução possível.

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