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Crônicas & Artigos

em 07/06/21

O PIB cresce, o seguro agradece

Originalmente publicado no jornal O Estado de S.Paulo.
por Antonio Penteado Mendonça

De forma surpreendente, o PIB brasileiro cresceu mais do que as projeções mais otimistas apontavam. Com crescimento de 1,2% no primeiro trimestre, o desempenho da economia faz algumas análises apontarem para um desempenho positivo de mais de 5% no final do ano.

De outro lado, é necessário se ter claro que este desempenho é fruto da enorme capacidade brasileira de dar a volta por cima e conseguir arrancar da cartola números e dados inacreditáveis, consequência da resiliência frente ao ruim e ao feio que nos cerca. Este crescimento não tem o dedo do governo, ou seja, as mazelas estruturais continuam firmes e fortes, como pesadas âncoras segurando o país, amarrado a tudo de errado que nos atrapalha, mas é perpetuado, como se vê no desvirtuamento da Reforma Tributária e com as declarações do Presidente da República contra a Reforma Administrativa.

O Brasil cresceu porque a sociedade brasileira não cedeu diante das dificuldades causadas pela pandemia, da mesma forma que foi em frente sem se importar com tudo de caro e ineficiente que o setor público traz consigo. Puxado pelo exuberante agronegócio, o mais eficiente do mundo, o país aproveitou o momento da situação internacional e exportou grãos e minérios, surfando no crescimento da demanda, principalmente da China e dos Estados Unidos.

Alguém poderia dizer que fizemos a lição de casa, mas sem o auxílio da forte recuperação internacional o desempenho teria sido outro. É verdade, mas a economia vive e floresce em função do aproveitamento das oportunidades. E foi isso que o Brasil fez.

Importante destacar que, além do crescimento do agronegócio, a indústria e os serviços também apresentaram indicadores positivos. Os números variam de um extremo a outro, dependendo da atividade, mas, no geral, é hora de comemorar.

Ainda existem barreiras complicadas a serem superadas. O desemprego continua o mais alto da história. A quantidade de pessoas que deixaram de procurar emprego também é o mais alto de todos os tempos. A fome ronda milhões de famílias. O desempenho escolar continua muito baixo. O sistema de saúde está fortemente pressionado, procedimentos sem conexão com a covid19 estão acumulados e postergados e uma terceira onda do coronavírus é vista como certa pelos especialistas.

Se estas dificuldades barrarão o processo é uma pergunta sem resposta, mas, neste momento, a sociedade brasileira parece mais forte e pujante, capaz de superar os desafios e retomar seu crescimento, ainda que, de acordo com as projeções, em nível menor do que a média internacional.

O setor de seguros vinha tendo um comportamento acima da média da economia nacional. Mesmo sendo atividade de apoio, portanto, dependente do crescimento dos demais setores para também crescer, o setor apresentava números relativamente acanhados, mas positivos, ao contrário de outras atividades que permaneciam em recessão.

Com o novo cenário, o setor tem tudo para entrar num novo patamar de desenvolvimento, puxado pelas demandas de proteção do agronegócio, pelo setor logístico, pela indústria, que começa a sair do buraco, e pela reativação da economia de forma geral, que, com o aumento da vacinação, deve se acentuar até o final do ano.

Novos desafios surgem à frente e ainda não foram atendidos. O país tem demanda por proteção para os riscos de origem climática, para pandemias e novas situações de saúde pública, para a proteção contra os ataques cibernéticos, para os desafios das obras de infraestrutura e para os riscos de responsabilidade civil de todas as naturezas.

Mas, antes disto, o país tem demanda para seguros de todos os tipos, destinados a cobrirem os riscos já existentes, como seguros de vida e produtos de acumulação, seguros residenciais, seguros para pequenas e médias empresas, para transportes de carga, para os riscos profissionais e, profundamente desafiador, para as novas necessidades de proteção decorrentes das mudanças que chacoalham o setor automotivo. Por isso, se o PIB cresce, o setor de seguros agradece.

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