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Crônicas & Artigos

em 26/02/16

O futuro do seguro de veículos

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Num país em que a indústria automobilística faz água por todos os lados, com montadoras dando o cano em parceiros de décadas, desemprego crescente, revisão dos planos de investimentos e vendas sem a menor perspectiva de melhora no médio prazo, é difícil imaginar que os seguros de veículos possam ter um futuro diferente do naufrágio anunciado do setor econômico que mudou a cara do Brasil, puxando, a partir dos anos 1950, o processo de industrialização, que nos fez, não faz tanto tempo, nos orgulharmos de ser um dos quatro maiores produtores de veículos do mundo e o destino de várias montadoras interessadas em aumentar sua produção.

É triste reconhecer que, poucos anos após a euforia, o Brasil está metido na mais grave crise de toda sua história, cavada pela incompetência, bandalheira e tolice política e econômica do PT, o desastre que nos governa há mais de uma década, aprimorando o que há de pior no jeito brasileiro de fazer política.

Não há um único indicador menos ruim. Todos são péssimos. E as mazelas vão muito além da economia e da falta de alternativa política, num cenário em que a oposição é quase tão ruim quanto a situação, para não lembrar que é sócia, ou conivente, com muitas das barbaridades que vão sendo praticadas.

Se faltava alguma coisa, o desconhecimento mínimo do idioma pela Presidente da República, a corrupção na merenda escolar e a chegada do mosquito aedes, com sua carga mortal de vírus, expõem de forma lamentável a situação de falência absoluta da saúde e da educação públicas, condenando as futuras gerações a entrarem sem chance de sucesso na luta por um lugar ao sol na economia do mundo globalizado.

Neste resumo fica claro o porquê do seguro de veículos não poder esperar um grande ano em 2016. Se as fábricas não vendem carros novos, se os proprietários de carros usados estão perdendo seus empregos, se as prioridades colocam vários outros gastos antes da contratação de seguros, não tem como inverter a conta e fazer com que os seguros em geral, e o de veículos em particular, consigam um desempenho positivo ao longo deste ano e do próximo.

Simplesmente não vai acontecer. Mas isso não significa que o seguro de veículos, passada a tormenta, não tenha um futuro mais do que promissor à sua frente. E o que dá a certeza para esta afirmação são os números atuais. No Brasil, menos de 25% da frota de veículos está segurada. Ninguém espera que um dia consigamos ter 100% dos veículos nacionais segurados, mas nos 75% restantes há espaço de sobra para o setor se expandir e aumentar significativamente o índice de proteção de um importante item do patrimônio nacional.

Faz tempo que as discussões para isso estão colocadas na mesa. Interesses legítimos ou não dificultam o seu avanço, mas, aos poucos, soluções inteligentes vão saindo do papel e viabilizando o desenvolvimento de novas apólices, mais afinadas com as diferentes necessidades das diferentes camadas da população.

Hoje, os seguros existentes são desenhados e atendem as necessidades dos proprietários de veículos novos ou com menos de cinco anos de idade. A partir deste ponto, o seguro fica antieconômico, com o custo/benefício afastando o proprietário da proteção de uma apólice de seguro. Não é que ele não deseje o seguro, apenas o seu custo não permite que ele o contrate.

Não há dúvida que as crises são excelentes meios de progresso. Normalmente, depois delas, a sociedade sai rejuvenescida e com ideias mais adequadas para pautarem o futuro. Como o Brasil atravessa a mais grave de todas as suas crises, é de se imaginar que, ao final dela, o país terá vencido as forças que pretendem atá-lo ao passado ou a ideias completamente ultrapassadas.

Num cenário pautado por princípios morais sólidos e com objetivos pragmáticos substituindo as tolices atuais, não há razão para o mercado não desenhar os produtos que a sociedade necessita e pode pagar.

Se, no curto prazo, o quadro é sinistro para o Brasil, mais pra frente, o país sai da enrascada. Aí os seguros de veículos crescerão exponencialmente.

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