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Crônicas & Artigos

em 08/11/19

Horizonte positivo

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

De acordo com um estudo recentemente publicado, o Brasil está ranqueado em oitavo lugar entre os países com potencial de crescimento de seguro. Não é o melhor cenário do mundo, mas é bom, e está perfeitamente dentro da realidade nacional. Com a retomada do crescimento, o setor tem condições de dobrar de tamanho em cinco anos. É coisa de gente grande, ainda mais se pensarmos que o país começou a descobrir o seguro depois do Plano Real, ou seja, menos de trinta anos atrás.

O salto extraordinário acontecido entre 1994 e os dias de hoje mostrou claramente duas coisas: primeiro, o país tem sede por proteção e, segundo, as seguradoras nacionais estão aptas a atender as demandas da população.

Sair de menos de 1% do PIB para os atuais 6% foi extremamente rápido. Com a estabilidade da moeda a sociedade acreditou no produto e as apólices de seguros começaram a ser vendidas para todas as classes sociais, quebrando, nesse meio tempo, a ideia de que o brasileiro mais pobre não teria condições de ter seguro. Hoje, os seguros para celulares, prestamistas e seguros de vida deixam claro que a afirmação não tinha base real, ou melhor, poderia ter, mas a realidade se encarregou de virar o jogo.

Mesmo durante a severa crise que se abateu sobre o país, em decorrência de erros e ações escabrosas praticadas durante os governos do PT, o setor de seguros deu mostras de força e manteve um desempenho positivo. Este ano se fala em crescimento de dois dígitos, o que, mais uma vez, tem lógica e confirma a importância da atividade dentro do universo nacional.

Seguro não cresce só porque seguro é bonito, seguro cresce porque a sociedade demanda seus produtos. Ou seja, a sociedade acredita no setor, nas suas empresas, nos corretores de seguros, na seriedade de sua atuação.

Não fosse assim, os planos de saúde privados não seriam o terceiro sonho de consumo dos brasileiros, a previdência complementar aberta não teria as reservas que tem, os seguros de vida não seriam importante diferencial para a contratação de colaboradores.

É esta realidade, baseada em mais de um trilhão de reais em reservas, que permite afirmar que, com a retomada do crescimento, o país, em poucos anos, verá a atividade seguradora dobrar de tamanho. Aliás, é ela que dá base para o estudo acima nos colocar em oitavo lugar entre as nações com maior potencial de crescimento para o setor de seguros.

Eu já falei várias vezes sobre o assunto, mas não custa voltar a ele. Se o Brasil apenas otimizar a comercialização dos seguros já existentes, dobrar de tamanho não será difícil. Menos de 30% da frota de veículos tem seguro. Menos de 30% das residências têm seguros. A grande maioria das empresas ou não tem seguro ou está mal segurada. A imensa maioria das operações de transporte rodoviário não são seguradas. O seguro de vida pode ser estendido para um universo maior de pessoas. Os planos de saúde privados podem retornar aos patamares anteriores à crise. A previdência complementar aberta, com a Reforma da Previdência Social, passa a ser uma alternativa concreta para a aposentadoria das pessoas.

Além destes, ainda há muito mais a ser segurado, a começar pelas obras de infraestrutura fundamentais para viabilizar o crescimento econômico. Seguros de obras, de garantia contratual, de responsabilidade civil, de danos ambientais, para danos cibernéticos, praticamente não existem no país. Sua contratação será uma exigência da vida socioeconômica. Sem eles a sociedade não terá condições de proteção adequadas ao seu desenvolvimento.

A retomada econômica já começou. Ainda que com falas e desencontros de todas as naturezas impactando a mídia, a verdade é que o país dá sinais fortes de recuperação.

O setor de seguros como um todo, está pronto para o desafio. A questão complica quando a análise desce aos seus agentes. Será que todos estão prontos para o que vem pela frente?

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