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Crônicas & Artigos

em 13/10/23

E agora mané?

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

O mundo parou horrorizado com o ataque criminoso e brutal do grupo terrorista Hamas a Israel. No primeiro momento foi a perplexidade, no segundo, o horror, no terceiro, a incerteza quanto a região e quanto ao que vai acontecer planeta a fora.

Já faz tempo que convivemos com a guerra da Ucrânia que está, inclusive, precificada e economicamente controlada. A não ser que a Rússia desencadeie ações fora de sentido para sua própria sobrevivência, não há o que se temer em relação a desestabilização da economia internacional.

O ataque a Israel veio mudar o quadro. Agora, não sabemos mais o que pode acontecer e como as duas guerras podem acabar se somando para causar estragos de monta nas relações entre as nações e na economia.

Israel está contra-atacando com força e essa força pode crescer de intensidade nos próximos dias. Isso acontecendo, ninguém sabe quais as consequências possíveis, até porque pode extrapolar a região onde está acontecendo e se espelhar pelo Oriente Médio. Até o momento, todos os envolvidos, ou que podem se envolver, estão dando mostras de que não pretendem permitir a expansão do conflito. Mesmo o Irã, antigo apoiador do Hamas, está declarando aos quatro ventos que não teve nada com o ataque.

De outro lado, os Estados Unidos deslocaram para a região seu maior e mais moderno porta-aviões nuclear, enquanto o presidente John Biden fez uma declaração direta deixando claro que ninguém, além do Hamas e de Israel, deve se envolver no conflito, sob risco de enfrentar uma reação norte-americana.

Ok, muito bom, não tem muita coisa nova no escrito até aqui, então por que escrever? Porque é exatamente aí que a porca torce o rabo. Tem coisas novas acontecendo em alta velocidade, capazes de mudar o cenário internacional do dia para a noite.

Se isso acontecer, tudo que está sendo discutido no Brasil perde o sentido. Deixa de ser relevante. E a razão é simples: um cenário positivo para 2023 pode se transformar num cenário mais desafiador ainda para 2024.

Praticamente todas as projeções apontam 2023 como um ano com final feliz para o Brasil. Crescimento acima do esperado, inflação controlada, desemprego em queda, recorde na balança comercial. Melhor que isso só outro isso.
Mas para 2024 o cenário projetado é menos otimista. E a guerra no Oriente Médio pode complicar mais o que vem pela frente. Aumento do preço do petróleo, recessão, aumento dos juros nos Estados Unidos, protecionismo, etc., estão na ordem do dia para atrapalhar nosso show.

Se o cenário mais pessimista se concretizar, a situação nacional pode se deteriorar bastante e comprometer o bom momento, com consequências diretas para a economia como um todo e para o setor de seguros especificamente. Para o mercado segurador crescer é indispensável o aumento da renda do brasileiro. Dependendo dos fatos na Faixa de Gaza a maré positiva em que estamos surfando pode se transformar em mar revolto e aí cautela e canja de galinha são o melhor remédio.

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