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Crônicas & Artigos

em 13/02/15

Carnaval, folia e seguro

Originalmente publicado no jornal Sindseg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

É carnaval, o momento que faz o brasileiro esquecer as dificuldades da vida e que a festa nem sempre é nossa, mesmo depois do vexame da Copa do Mundo. Agora é carnaval. Hora de deixar 2014 pra trás e com ele tudo de ruim e negativo que assombrou a vida. É tempo de encontrar a vida e soltar o grito preso na alma, nem a favor, nem contra. Só alegria, festa e samba.

De norte a sul o país para. Desce do salto. Esquece a realidade. E milhões de pessoas seguem o trio elétrico, dançam na frente dos blocos, correm da polícia. Samba, frevo, marchinhas, o povo na rua porque tudo é permitido e tem que dar força para o depois, quando a ressaca acaba e a quarta feira de cinzas amanhece mais cinza do que nunca, com o peso do mundo voltando pra cima do ombro.

Tem os que usam os feriados para não fazer nada. Descansam na beira de uma piscina, pescam no rio, vão atrás de praia, montanha ou outro lugar onde a música não chegue e o carnaval seja apenas a lembrança do feriado que abriu a possibilidade do descanso.

Cada um sabe de si. Não me compete dar palpite na vida dos outros. Só gostaria de lembrar que no carnaval praticamente todos os tipos de acidentes aumentam. E isso tem consequências muito sérias na vida de centenas de pessoas.

O aumento destes eventos não é exclusividade do carnaval, só que nos quatro dias de folia eles aumentam ainda mais porque a turma solta as amarras e relaxa, descuidando dos riscos, porque as duas coisas são muito boas de serem feitas. Só que aceleram o risco da ocorrência de acidentes, alguns completamente imprevisíveis, outros mais lógicos.

Não há como adivinhar onde um bêbado, em alta velocidade, vai passar. Por isso ele pode bater no seu carro na próxima esquina ou vai atropelar alguém em cima da calçada. Não tem muito que se possa fazer para evitar o acidente e ele pode ter resultado dramático.

Também é lógico concluir que quem não conhece o mar, nem está habituado a fazer ski aquático, tem mais chances de sofrer um acidente do que quem faz isso todo final de semana.
A série de eventos é longa, na festa ou fora dela. Como se proteger? Cada um sabe o que acha certo ou errado. Eu não sei a resposta. Na medida em que ficar dentro de casa pode não ser a solução, porque enchentes e tempestades de verão chegam com força, tudo pode acontecer, com ou sem a colaboração da vítima. Inclusive um assalto.

Nessa época aumentam os sinistros em todas as carteiras. Acontecem mais acidentes nas estradas e nas ruas. Nos quatro dias há o acúmulo de acidentes pessoais, danos patrimoniais e danos de responsabilidade civil, para não esgotar a lista de possibilidades.

Mas esses impactos não afetam a saúde das seguradoras. Eles se diluem ao longo do ano. Não é por causa deles que elas serão abaladas, nem terão a saúde comprometida. Continuarão a pagar sinistros e a fazer frente aos demais compromissos. As seguradoras são obrigadas a manter uma série de reservas justamente para garantirem a liquidez necessária para honrar seus compromissos. Com recursos em caixa, estatísticas confiáveis e cálculos sofisticados, as seguradoras podem dimensionar sua exposição aos riscos com bastante precisão. Não só no carnaval e outros feriados, mas pelo ano todo.

Além disso, quatro dias é um espaço de tempo curto demais para que a soma das indenizações atinja um patamar fora da curva. E se, por acaso, isso acontecer, as seguradoras têm contratos de resseguros que protegem sua atuação, mesmo em cenários mais graves.

Por exemplo, um grande evento de origem natural, capaz de gerar bilhões de reais em indenizações. Só que, numa hipótese dessas, a falta de tradição do brasileiro em fazer seguros seria a grande aliada das companhias de seguros. Como apenas uma minoria contrata seguros de pessoas e para riscos patrimoniais, as indenizações seriam irrisórias diante das perdas.

Bom carnaval! E, mesmo sabendo que acidentes nem sempre acontecem, tome cuidado, porque, para o bem ou para o mal, às vezes eles caem na sua cabeça, sem você conseguir entender ao menos de onde eles vieram.

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