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Crônicas & Artigos

em 05/09/14

As previsões negativas se confirmam

Originalmente publicado no jornal Sindseg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

O que estava evidente para quase todo o país, menos para o Governo, vai se confirmando. O Brasil está em recessão técnica. O crescimento em 2014 será abaixo de 1%. A inflação ficará no limite da banda superior da meta. Os funcionários com remuneração mais alta começam a perder o emprego. A venda de veículos novos em agosto caiu 7% em comparação com julho e 16% em comparação com o ano anterior.

Mais grave do que tudo isso é que o Governo não tem ideia do que fazer para mudar o quadro. As ações são meramente paliativas ou eleitoreiras, o que promete 2015 com inflação alta, em função da situação atual e de reajustes que já estão acertados, como é o caso da energia elétrica.

Em plena campanha eleitoral, o que parecia certo para o Governo começa a fazer água. A reeleição da Presidente Dilma está seriamente ameaçada pelo fenômeno Marina Silva. E a situação do PT nos estados não é melhor do que a nacional.

Em várias Unidades da Federação é de se esperar que o partido tenha um desempenho mais fraco do que nas eleições passadas.

Qual será a reação do Governo em relação a isso é difícil de prever, mas, com certeza, não será um movimento ameno. Ou seja, as eleições podem complicar ainda mais um quadro que já está bastante complicado.

Não é a primeira vez que abordo o tema, nem que apresento prognóstico pessimista. Ao contrário, à medida que a economia foi se deteriorando, fui tratando do assunto, mostrando as variáveis envolvidas e os impactos possíveis para o setor de seguros.

Lamentavelmente, o quadro vem se complicando rapidamente e agora falta um mês para o primeiro turno das eleições.

Quer dizer, não há tempo hábil para qualquer medida minimamente estruturada. O que vier será de supetão, tentando tapar o sol com a peneira para ver se dá para ganhar as eleições. É péssimo, mas é o que temos pela frente.

Neste cenário, com a queda da venda de veículos somada ao alto índice de roubos e perdas parciais, o resultado de várias seguradoras pode ficar comprometido. E a conta fica pior quando levamos em conta a queda do rendimento real das aplicações financeiras, que impacta diretamente a última linha de seus balanços, além de mexer com o resultado dos planos da previdência complementar.

Como a concorrência continua acirrada, é pouco provável que o aumento dos preços dos seguros – que seria a medida lógica – possa ser feito de forma linear por todas as companhias.

Cada uma tem uma composição própria de ativos, carteiras e política comercial. Assim, o sapato que aperta o calo de uma, pode ser confortável para outra, impedindo ações conjuntas visando preservar a rentabilidade do negócio.

Vale ainda lembrar que, contra um aumento generalizado dos prêmios, os brasileiros que compram seguros estão ameaçados de perder seus empregos, o que os força a criar uma escala de prioridades, na qual vários tipos de seguros deixam de ser item de primeira necessidade.

Entre escola, contas mensais, tarifas, impostos e seguros, os seguros perdem a competição. As exceções ficam por conta dos planos de saúde privados, seguros de veículos e seguros de vida. Mas mesmo estes produtos não estão livres de terem uma queda na comercialização ao longo dos próximos doze meses.

Então o cenário é trágico? Ainda não, mas, dependendo do que acontecer nas eleições, pode se deteriorar rapidamente. Mas mesmo que Deus seja brasileiro e isso não ocorra, como ouvi de um grande executivo de banco: “2014 será um ano melhor do que 2015”.

O que pode ser feito? Em princípio, pouco, se o mercado for analisado com os olhos de hoje. Mas quem olhar o Brasil com visão profissional verá à sua frente, especialmente no setor de seguros, uma série de nichos a serem explorados. Afinal, se a crise é ruim para muitos, abre novas oportunidades para quem oferecer as soluções que a sociedade deseja, com preço que ela possa pagar. Isso vale para seguradores e corretores de seguros.

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