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Crônicas & Artigos

em 20/06/14

As chuvas vieram, de novo

Originalmente publicado no jornal Sindseg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

Todo mundo sabe que a época das grandes tempestades que assolam o sul, o sudeste e o leste do Brasil é o verão. De outubro em diante as tempestades nadam de braçada, destruindo, matando, inundando mais ou menos do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. A Bahia fica no meio do sanduíche, então, pode ser afetada pelas chuvas de verão e pelas chuvas de inverno que assolam o nordeste.

Esta é a regra e é o que os alunos aprendem nas escolas. Como nos meses de verão elas caíram bem menos do que o esperado, os reservatórios do sudeste, com ênfase para São Paulo, estão baixos. A contrapartida é que as cataratas do Iguaçu estão com volume de água recorde, obrigando inclusive ao fechamento das passarelas em cima do rio.

Quando não era mais época, as chuvas decidiram mostrar as caras na região sul. E vieram com vontade, destruindo, cobrindo áreas urbanas com água, inundando, matando e desabrigando sem olhar para ninguém e sem pena de suas vítimas.

Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná têm sido palco de chuvas torrenciais caindo perto do inverno, quando, em teoria, já seria tarde para sua chegada.
Mais uma vez a natureza mostra que, entre a prática e a teoria, o que vale é a prática. Tanto faz os grandes especialistas dizerem que não era para acontecer, o fato concreto é que aconteceu. Uma quantidade enorme de água caiu sobre os três estados do sul, com resultados catastróficos para toda a região e que causaram prejuízos de vulto nas zonas atingidas.

Em função dessas chuvas, as Cataratas do Iguaçu estão com um dos maiores volumes de água já vistos nelas. O espetáculo é deslumbrante e faz esquecer que a poucos quilômetros delas pessoas estão desabrigadas porque suas casas ainda estão ou estiveram debaixo d’água.
O grande recado das tempestades que varreram os três estados do sul em época que não deveriam mais fazer isso é que quem manda é a natureza e, seja lá qual for a razão, o tempo está mudando ou, no mínimo, instável.

Não precisa mais ser verão para tempestades assustadoras caírem em cima de regiões mais ou menos povoadas, causando danos importantes para as pessoas e a economia da região.

O outro lado da moeda é que, apesar da chuva no sul, as nuvens não conseguem chegar em São Paulo, que continua atravessando uma das maiores estiagens da história.

Ou seja, o bom da estatística é que divide tudo linearmente, somando e dividindo para chegar ao resultado. Se o mundo real fosse assim, a soma dos fenômenos climáticos do sul e do sudeste dariam uma média muito boa. Acontece que não é assim que funciona e o que nós vamos vendo é o sul debaixo d’água e o sudeste completamente seco, ameaçado de ficar sem água.

Atualmente o Brasil é carente de produtos de seguro modernos para fazer frente a estes riscos. Não que não tenhamos garantias para eles, mas em boa parte ainda são clausulados antigos, que não protegem corretamente os segurados e ainda por cima expõem as seguradoras.

É hora disto mudar. Com o resseguro aberto, as seguradoras têm condições de contratar a proteção necessária para aprender a atuar com estes riscos. Além disso, podem ter acesso às experiências já vividas por outros países, bem como aos clausulados atualmente adotados por eles.

Quer dizer, é possível se tomar um atalho importante para oferecer rapidamente e por um preço acessível a proteção que a sociedade brasileira necessita para fazer frente a perdas que continuarão ocorrendo, seja inverno, seja verão, consequentes de eventos de origem climática.

Há risco envolvido? Sem dúvida, mas, mais do que nunca, com a experiência internacional auxiliando, é o momento das seguradoras mostrarem seus produtos e a relevância que eles têm para proteger a sociedade brasileira.

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