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Crônicas & Artigos

em 19/02/18

Exagero da imprensa

A reportagem mostra cenas de terror. O tiroteio comendo solto, bala para todo lado, rajadas, tiro a tiro, o pessoal se escondendo atrás da mureta que separa as pistas, outros deitados no chão quase embaixo dos automóveis, gente gritando, correndo, enfim, cena de filme B na hora que o monstro aparece e a população da cidadezinha entra em pânico.

Nada de novo debaixo do sol, só mais um dia na rotina de pavor que é o dia a dia do Rio de Janeiro. Um dia antes a televisão tinha mostrado quase que a mesma cena, inclusive no mesmo lugar, a famigerada Linha Amarela, pensada para resolver a vida da população, mas que, na prática, resolveu as coisas para a bandidagem.

Armadilha tão eficiente quanto o Túnel Rebouças. Você entra e não tem para onde fugir. Fica à mercê dos bandidos, feito pato em galeria de tiro de parquinho de diversão.

Não, não é a única situação em que o carioca fica com medo. Ao longo do dia, várias outras enchem a vida de emoção. É tiro no morro, tiro na cidade, correria, polícia para cá, bandido para cá, polícia fugindo de bandido, bandido fugindo da polícia, tudo ao som estereofônico do tiroteio comendo solto de lá e de cá.

Foi logo depois das cenas do primeiro parágrafo que o Ministro da Defesa, normalmente um cidadão sério e com noção de ridículo, me solta a pérola de que a imprensa tinha uma visão masoquista do que acontecia no Rio de Janeiro, que não era tão bravo assim. Que é preciso depurar as notícias para se ter o verdadeiro retrato da cidade e do que acontece por lá.

Ministro, se não fosse tão sério, a televisão não mostrava diariamente tiroteios e cenas de pânico. E V.Exa. não colocaria nas ruas a quantidade de homens das Forças Armadas que patrulham o Rio, secando gelo, para cobrir incompetência de político e fingir que o Estado controla a situação.

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