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Crônicas & Artigos

em 11/11/13

Um belo evento

Originalmente publicado no jornal O Estado de S.Paulo
por Antonio Penteado Mendonça

Aconteceu em Brasília, nos dias 22 e 23 de outubro, a 6° Conseguro (Conferência Brasileira de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização). Foi um evento de altíssimo nível. Com a proposta de discutir o cenário do setor em 2025, a Conferência reuniu nomes de destaque na atividade e na vida brasileira, formando um amplo painel dos desafios futuros, levando em conta o momento que o Brasil atravessa e as potencialidades a serem exploradas, tanto no campo do planejamento das políticas de desenvolvimento, como no desenho das diferentes ferramentas de proteção.

Ao longo de dois dias de palestras, com intensa troca de informações, análises e debates, o evento foi encerrado com um quadro otimista do que deve acontecer nos próximos dez anos.

A primeira certeza é que todos os campos abrangidos pela atividade têm forte potencial de crescimento, com várias necessidades a serem exploradas e atendidas com produtos modernos, capazes de proteger a sociedade brasileira e, ao mesmo tempo, reduzir o custo Brasil e dar mais competividade ao país.

Desde a discussão da desmontagem de veículos, com seus impactos nos custos de reparação, na possibilidade do aumento da frota segurada e, principalmente, sob o viés dos benefícios para o meio ambiente, até discussões altamente estratégicas, com a participação de Ministro do STJ, de ex-Presidente do Banco Central, de professores das melhores universidades brasileiras, profissionais de outros países e executivos das seguradoras, a Conseguro foi um caldeirão rico em ideias, de onde saíram respostas para a aplicação no dia a dia das seguradoras e como material de planejamento.

Entre todos os painéis, um, pela sua imensa repercussão social, me chamou mais a atenção. Os planos de saúde privados encontram-se sob fogo cerrado, pelas mais variadas razões.

Por conta disso, o painel “Cenário Macroeconômico e Perspectivas para a Saúde Privada no Brasil”, que teve por mediador o jornalista William Waack, por palestrante o presidente da FenaSaúde, Márcio Coreolano, e por debatedores o economista Gustavo Franco e Gabriel Portella, presidente da Sul América, apresentou uma discussão realista da saúde suplementar brasileira e foi um dos grandes momentos do evento.

O que é a saúde suplementar? Quem são as operadoras? Qual a diferença entre a saúde pública e a saúde privada? As redes credenciadas. Limites da lei. Mudanças indispensáveis. O futuro dos planos individuais. Custeio. O momento atual e as perspectivas para o futuro. Como chegar lá sem parar de atender da melhor forma possível? Dificuldades e desafios. Todos estes, além de outros temas relevantes permearam a palestra e os debates.

No final ficou evidente que há vida inteligente tratando do assunto; que existem problemas e dificuldades sérias a serem vencidas; que sem isto o sistema pode ficar fragilizado; que as empresas privadas não são bichos-papões; que os avanços da medicina brasileira só foram possíveis porque os planos privados pagam bilhões de reais para atender seus clientes; que, para atingir o patamar de 60 milhões de consumidores atendidos pelos planos médico-hospitalares, é indispensável a mudança de uma série de posições distorcidas por premissas ideológicas.

Existem operadoras e planos de saúde privados atuando abaixo do nível de excelência exigido deles. Isso é inadmissível. Mas pretender incluir nos atendimentos cobertos procedimentos e medicamentos para os quais não foram feitos os cálculos atuariais necessários é condenar o sistema à falência.

Nenhuma empresa pode gastar mais do que fatura. Os planos de saúde não são exceção. Mas como cobrar mais de um consumidor que não quer pagar mais, antes de tudo, porque não pode? Como flexibilizar os produtos, permitindo o lançamento de planos com desenhos diferentes e mais eficientes do que os atuais? São questões complexas. Que só serão resolvidas quando todas as partes tratarem o assunto como uma questão de bem estar social.

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