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Crônicas & Artigos

em 09/11/18

Seguro e tecnologia

Originalmente publicado no jornal SindSeg SP.
por Antonio Penteado Mendonça

O setor de seguros atualmente depende quase que integralmente da tecnologia à sua disposição. Se até alguns anos atrás era possível calcular o preço de uma apólice na unha, agora não tem como, sem a informática não gira. Não se consegue mais separar um risco de outro levando em conta apenas o grande, o fácil de ver. O que faz diferença no preço, na sinistralidade, no clausulado das apólices é o detalhe. Aquilo que é possível identificar e separar em meio a bilhões de dados de todas as naturezas que podem interferir num determinado negócio baseado em estatísticas como é o negócio do seguro.

Todo o processo operacional de uma seguradora está informatizado e, como as novas tecnologias surgem quase que imediatamente após o último avanço incorporado, é indispensável estar permanentemente atento aos novos movimentos, saber analisá-los, separar o útil do meramente bonito e aplicá-lo nas diferentes etapas da operação.

Desde a análise da proposta até o pagamento da indenização e a renovação do seguro, a operação da seguradora está diretamente vinculada à tecnologia da informação. Se ela for mal dimensionada ou mal aplicada, os custos podem inviabilizar determinadas operações. De outro lado, o uso correto do ferramental à disposição pode significar a redução de custos necessária para se tornar mais competitiva e mais rentável do que a concorrência.

Num negócio de margens baixas, como o seguro de veículos, por exemplo, isso pode fazer a diferença entre ganhar ou perder dinheiro. Uma aceitação mais exata, mais rápida e com a garantia do atendimento eficiente no que diz respeito aos demais passos do contrato faz toda a diferença, especialmente num cenário de crise como o que o Brasil ainda atravessa.

A antiga fórmula da captação com resultado industrial negativo compensado pelo resultado financeiro está morta. Neste momento não há nada que indique que os juros subirão para os patamares anteriores.

Para dar certo, agora, é preciso underwriting com índice combinado positivo. Os bancos de dados e as informações sobre cada segurado e cada risco gerenciadas pelas novas tecnologias da informação permitem uma aproximação mais consistente com a realidade do negócio oferecido para a seguradora e, consequentemente, uma aceitação mais favorável.

Mas não é só na aceitação que a tecnologia da informação faz diferença. A começar pela transferência do ônus da vistoria prévia para o próprio segurado, a redução de custos é peça fundamental para melhorar os resultados. E ela prossegue na adoção de tecnologia de ponta para as vistorias de sinistros, compra de peças, negociação com os prestadores de serviços, constituição de reservas, pagamento de indenizações, etc.

Não há campo em que a TI não seja peça fundamental para melhorar o desempenho da companhia. E estas regras se aplicam também ao relacionamento com os corretores de seguros. Quanto mais informatizada for a troca de informações, mais rapidamente os negócios podem ser fechados, com a vantagem da redução da probabilidade de erros.

Isto significa pagamentos de comissões mais rápidos, controles mais eficientes, remessa de documentos em tempo hábil para o corretor poder acessar seu segurado e assim atender suas necessidades de forma ágil e rápida, garantindo uma melhor prestação de serviços como arma para enfrentar a concorrência.

Mas em cinco anos grande parte dos avanços extraordinários de hoje será considerada tão antiga quanto a pré-história e o que parece moderno será comparado aos dinossauros que não souberam se adaptar às mudanças na natureza e simplesmente desapareceram, porque deixaram de ser competitivos.

A regra vale para seguradores, resseguradores, corretores de seguros e prestadores de serviços em geral. Quem não fizer a lição de casa vai morrer antes de chegar na praia, devorado pelos tubarões tecnológicos que estão mudando a cara do mundo numa velocidade impressionante.

Não é mais questão de gostar ou não gostar das novas tecnologias. Não aceitá-las como regra e não adotá-las como ferramentas para fazer negócios é a certeza de que o fim da linha chegará rapidamente.

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